Do Expressão Brasiliense
A entrevista do ministro da saúde, Luiz Henrique Mandetta, à TV Globo, exibida neste domingo (12), durante o programa Fantástico, para falar sobre a pandemia do novo coronavírus pode ter sido a última dele no cargo. Mandetta gravou entrevista por meio de videoconferência de dentro do Palácio das Esmeraldas, sede do governo de Goiás, em Goiânia.
No sábado (11), o ministro acompanhou o governador do estado, Ronaldo Caiado, que é do partido Democratas como ele, durante uma visita técnica em Águas Lindas de Goiás, cidade da região do Entorno do Distrito Federal, onde está sendo erguido o 1º hospital de campanha da União para enfrentar o coronavírus e que contou com a participação do presidente da República, Jair Bolsonaro. Quem presenciou o encontro, relata que a convivência entre o chefe e seu subordinado chegou ao limite. Tanto é que na foto divulgada pela Agência Brasil, que é o órgão responsável pela produção de conteúdo do governo, Caiado aparece no meio do presidente e do ministro. Sinal de que a relação está estremecida.
Apesar da situação, a saída de Luiz Henrique Mandetta está sempre na pauta da mídia e os comentários nos corredores de Brasília indicam que a manutenção dele como ministro tem o apoio de aliados de peso do presidente. No entanto, no decorrer da entrevista o próprio Mandetta reforçou que as medidas adotadas para enfrentar o coronavírus devem ser mantidas, mesmo que não seja ele que esteja no Ministério da Saúde. Ou seja, o médico já tem clareza que sua exoneração está próxima. Ainda mais agora depois dessa entrevista ao repórter Murilo Salviano.
No meio político, quem é do metiê sabe que o ministro entregou sua carta de demissão por meio da imprensa, pois escolheu dar entrevista a uma emissora que é vista como inimiga do governo e com o agravante de falar de dentro do ninho de um ex-aliado do governo Bolsonaro. Resta a Mandetta, a partir de agora, chegar em Brasília e deixar a mala pronta, pois não se sabe o dia de amanhã. A segunda-feira promete ser turbulenta na capital federal.
Por José Fernando Vilela
