A Polícia Federal cumpriu 19 mandados de prisão no âmbito da Operação Vikare, deflagrada nesta quarta-feira (20), que investiga grupo criminoso que atua com o tráfico internacional de drogas. Entre os presos, está o ex-deputado estadual pelo Amapá, Isaac Alcolumbre, primo do senador e ex-presidente do Senado, Davi Alcolumbre. Davi não é investigado na operação.
O aeródromo construído com acesso pela Rodovia AP-070 é normalmente usado por pequenas aeronaves para transporte de cargas, passeios e atividades de paraquedismo.
Isaac é o proprietário de um aeródromo – um pequeno aeroporto – a 12 quilômetros da área urbana de Macapá onde, segundo a PF, funcionava uma espécie de “base” para abastecimento de combustível e manutenção de pequenas aeronaves vindas da Colômbia e Venezuela que distribuíam drogas para outras regiões do Brasil a partir do Amapá.
Em nota à imprensa, o ex-deputado negou as acusações de tráfico de drogas completando que “não está envolvido em nada”. Detalhou ainda que comunicou “por vezes” à polícia sobre suspeitas, porém não detalhou os crimes.
“Com relação a outras acusações das quais ainda não tenho informações, faremos a defesa no momento oportuno. Tenho um hangar (aeródromo), onde recebo várias aeronaves diariamente, por vezes já comuniquei a polícia sobre suspeitas, inclusive proibido pouso e decolagem”, diz a nota.
Mesmo sem ser alvo da operação, a assessoria de comunicação do primo de Isaac, o senador Davi Alcolumbre, comentou em nota a ação. Disse que soube da operação pela imprensa e confirmou que o parente é investigado.
“O senador espera que a Polícia Federal cumpra de forma institucional com o seu dever”, diz a nota.
Quem é Isaac Alcolumbre?
Deputado estadual pelo Amapá por dois mandatos (2007-2010 e 2011-2014) e primo do senador Davi Alcolumbre, o empresário Isaac Alcolumbre Menahen Neto, de 53 anos, assim como diversos membros da família Alcolumbre, atuou e atua com empresas de diversos segmentos no Amapá.
Isaac virou peça importante entre os alvos da operação, que cumpriu ao todo 24 mandados de prisão – dos quais 16 foram cumpridos – e 49 de busca e apreensão.
Em 2014, quando se candidatou pela última vez, ficando como suplente, declarou à Justiça eleitoral ter quase R$ 2,3 milhões em bens, entre propriedades, veículos, participações em empresas – inclusive declarou o aeródromo, avaliado na época em R$ 150 mil.