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sexta-feira, abril 19, 2024
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    VLT X ônibus poluentes

    No próximo dia 11 de novembro o Grupo de Trabalho formado pelo Governo Federal, Governo do Estado de Mato Grosso e Caixa Econômica Federal, decidirá sobre a conclusão das obras do VLT Várzea Grande – Cuiabá. A decisão do GT recairá sobre duas possibilidades: a evolução do transporte público com a conclusão das obras do VLT ou para o maior retrocesso da história de Mato Grosso com os ônibus poluentes.

    Diante de uma sociedade cada vez mais tecnológica e competitiva, é cada vez mais comum para a nova geração a ideia de que os carros deixarão de ser objeto de desejo, especialmente os mais jovens que vivem nos grandes centros.

    Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram que a maioria das grandes cidades brasileiras tem concentração de poluentes acima do recomendado pela entidade. Cuiabá e Várzea Grande apresentam índices altos de poluição, ultrapassando os níveis de referência da OMS para a qualidade do ar em mais de cinco vezes. Isto porque possui só um modal de transporte, o rodoviário. Dos combustíveis, o diesel, usado em ônibus, é o mais agressivo.

    A OMS alerta para os riscos de quem vive em regiões com o ar muito sujo. São comuns sintomas fáceis de notar, como garganta e boca secas, falta de ar e tosse – tentativas do corpo de jogar para fora os intrusos que entram pelo sistema respiratório. Outros sinais são silenciosos: maior risco de infarto, obesidade, prejuízo à memória e até mesmo impacto na fertilidade.

    O dióxido de carbono emitido pelos ônibus poluentes causa, também, asma, bronquite, câncer de pulmão e câncer de bexiga.

    Estudo realizado por coletivo de alunos, professores e entidades comunitárias a partir de seminários e reuniões técnicas no escopo de projetos de extensão da UnB, aponta para o caos no transporte público com a insistência do BRT (Bus Rapid Transit) que nada mais é que o ônibus poluente. Dentre os prejuízos causados pelos ônibus poluentes apontados pela Universidade de Brasília estão: não favorece a transferência do carro individual para o coletivo; estimula o monopólio do modal rodoviário…mais vias, viadutos, mais carros, congestionamento, custos; ao promover mais congestionamento, destrói a qualidade de vida; prejudica atratividade e competitividade da cidade; prejudica o urbanismo, saúde, segurança, meio ambiente, turismo, economia, emprego; prejudica o orçamento público, onera orçamento familiar; prejudica a diversidade e o equilíbrio de modais; dificulta, em geral impede, a ampliação de metrô, VLT, trens regionais e diversidade de transporte; Não promove a valorização imobiliária da região lindeira; não estrutura a mobilidade eficiente para o urbanismo sustentável; não favorece a inovação no transporte público; não atende a necessidade da cidade em diminuir o uso intensivo do carro face às mudanças do clima.

    A transformação da questão dos ônibus poluentes em vômito de ignorância no coração de Cuiabá preocupa a parte humana da cidade cujo cérebro não foi contaminado pelos gases tóxicos da voracidade incondicional de lucros de empresários gananciosos.

    Quando governantes vorazes por dinheiro acham que consumir o meio ambiente é lícito, confessam que o dinheiro de poucos é mais importante do que a vida de todos os cuiabanos e várzea-grandenses.

    O Movimento Pró VLT entende que bravata e ignorância não resolvem problemas sociais, ambientais e da mobilidade urbana. É preciso sabedoria, espirito público e visão política.

    Vicente Vuolo é economista, cientista político e coordenador do movimento pró VLT.

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