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quinta-feira, abril 18, 2024
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    VLT com 193 milhões

    A retomada das obras da primeira etapa do VLT, trecho aeroporto de Várzea Grande – Porto – Centro de Cuiabá, só depende do governador, tem garantidos R$ 193 milhões já depositados nos cofres do governo do Estado.

    Esse dinheiro é a sobra do empréstimo de 1 bilhão de reais que o Estado fez junto à Caixa Econômica Federal, em 2012, e que não pode mais ficar parado, sem movimentar.

    Por esse empréstimo, o Estado paga por mês de juros R$ 4 milhões para nada. O dinheiro investido não pode ser jogado no lixo. Foram comprados 40 locomotivas e 240 vagões (estacionados no pátio ao lado do aeroporto), foi construída a estação de passageiros em Várzea Grande e mais 3,5 quilômetros de trilhos eletrificados até próximo a rotatória do bairro Cristo Rei.

    Na capital mato-grossense foram construídos a ponte de 224 metros sobre o rio Cuiabá, os viadutos da SEFAZ e da UFMT, e comprados os trilhos necessários para a conclusão dos 22 quilômetros de trilhos.

    Nada mais racional que iniciar a obra por Várzea Grande, que está com 70% das obras realizadas. O dinheiro que está na conta, R$ 193 milhões é suficiente para concluir a primeira etapa. Sendo que em apenas 8 meses de obras, os vagões já podem estar deslizando nos trilhos de Várzea Grande.

    Mas porque o governador está demorando tanto para a tomada de decisão? O que está por trás desse descaso com o dinheiro público? Será que é proposital assistir as locomotivas e vagões se deteriorando para justificar o não investimento? Será que tem gente torcendo pela destruição de tudo que foi construído?  Será que as próximas eleições são mais importantes do que a causa?

    O descrédito crescente com a classe política, acontece justamente, pelas promessas não cumpridas de nossos governantes.

    O governador prometeu na sua campanha política que iria resolver o imbróglio do VLT em 1 ano, assumiu a pasta há quase 2 anos, foi criado um Grupo de Trabalho (GT), foi entregue o Relatório Final, contratou uma empresa de São Paulo por R$ 464 mil reais para informações complementares, tem R$ 193 milhões na conta para fazer a primeira etapa e até agora, nada! Nenhuma satisfação. Falta transparência, diálogo com a sociedade, respeito ao povo cuiabano e várzea-grandense, e coragem!

    Mas, afinal, o que é governar? Depende: existem os políticos medíocres e os estadistas. Para os medíocres, governar é pensar somente na próxima eleição, atender seus apaniguados e praticar a política do toma lá dá cá. Para os estadistas, governar é pensar em projetos de país pensando na próxima geração. Em qual dessas situações está Mato Grosso?

    Mato Grosso, meu estado, terra de brasileiros ilustres, como Dom Aquino Correa, Marechal Rondon, Silva Freire, Lenine de Campos Póvoas, Senador Vuolo, está assistindo o maior retrocesso da sua história. Um descaso, um deboche com o VLT, ao ponto de deixarem invadir a área verde destinada a construção do Terminal do VLT do CPA. Sim, por omissão do Estado.

    O que fortalece a democracia e suas instituições é a proximidade entre os governantes e os governados. Essa proximidade exige que os mandatários se expliquem ao povo. Exige transparência e prestação de contas. Não é isso que estamos vendo em Mato Grosso. Isso enfraquece nossas instituições e faz regredir nossa democracia.

    No mundo de hoje, democracia combina também com desenvolvimento econômico, com bem estar e geração de empregos. É por isso que nossa sociedade deve se mobilizar e estar sempre vigilante.

    Governar não é somente pagar o funcionalismo público. Muito menos empurrar com a barriga a solução dos grandes problemas. A causa mais comum do fracasso de um governante é a incapacidade ou a falta de vontade de mudar diante das exigências de uma nova posição.

    Vicente Vuolo é economista, cientista político

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