O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta sexta-feira (25), em entrevista coletiva na China, que o governo estuda um plano de estímulo à empregabilidade voltado para pessoas com até 29 anos de idade e acima de 55. Ele também falou da possibilidade de que se haja “menos direitos” em troca criação de emprego.
Bolsonaro não deu detalhes sobre o plano. Nesta quinta-feira, o ministro da Economia, Paulo Guedes, informou ao colunista Valdo Cruz que ações para geração de emprego para jovens e pessoas com baixa empregabilidade deverão ser a nova agenda econômica.
Segundo Guedes, a ideia é bater o martelo com Bolsonaro após a volta dele da Ásia, agenda internacional que o presidente cumpre até o dia 31. A proposta deverá ser enviada ao Congresso já em novembro.
Bolsonaro foi questionado por jornalistas sobre a proposta em meio aos compromissos oficiais na China.
Bolsonaro não informou quantos postos de trabalho poderão ser criados com as medidas em discussão no Executivo. “Eu gosto de matemática […], mas é quase algo relativo à futurologia [prever quantos postos de trabalho serão criados] e eu tô longe disso aí.”
‘Menos direito e mais emprego’
Na conversa com jornalistas na China, o presidente também disse estar “sentindo por parte do trabalhador” que é preferível ter menos direitos e mais emprego do que o contrário. Ele, no entanto, não informou quais direitos trabalhistas podem ser cortados.
“O pessoal sempre fala em direito, direito, direito… E esquece deveres. O que eu tô sentindo por parte do trabalhador — não sou eu, é que eles querem… [Os trabalhadores] já falam: ‘Se for possível, menos direito e [mais] emprego, do que todos os direitos e desemprego’. Começa a chegar na ponta da linha”, afirmou.
Segundo Bolsonaro, não é possível alterar muito a Consolidação de Leis do Trabalho [CLT], que ele considera “totalmente engessada”.
Sem estabilidade para novos servidores
O presidente comentou ainda a proposta de mudança relativa ao fim da estabilidade no serviço público. Segundo ele, a alteração valerá somente para novos servidores.
Atualmente, a lei 8.112, que rege o serviço público federal, prevê estabilidade — garantia de permanência no emprego — depois de três anos da data da posse.
“Não se tentará quebrar estabilidade dos atuais servidores. A proposta inicial é daqui pra frente: quem tomar posse a partir da data de promulgação dessa nova emenda constitucional. Poderá não haver estabilidade para esses apenas”, explicou.
Fonte: G1 | Foto: Sérgio Lima/PODER 360